sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Resíduos



De tudo sempre fica um pouco.
Das lágrimas caindo,
do coração partindo,
do amor de infância
de jujubas coloridas.


do assovio do café,
do colo da vovó,
do beijo inesperado,
do amor despedaçado.

A decepção, a morte, o grito, o medo.
O sabor, o amor, Catarine!!
O chão, o suor, o desejo, o toque...

E ficou...
Um pouco do bom...
Um pouco do ruim...
Daquilo que te faz grande,
daquilo que te faz crescer,
e renascer quantas vezes preciso
pra poder lembrar do pouco que ficou,
do pouco que restou.


'Carolina Souza

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Sem nome/ Vinícius de Morais


Tudo parece fácil quando se ama,
difícil é não poder estar perto
poder sentir o cheiro
poder beijar a boca
e poder sentir na pele
o arrepio da paixão.

E tudo um dia chega,
chega na saída
na triste despedida.
E assim eu te pergunto:
Precisamos um do outro?

Mas todos nós precisamos de alguém
só não sabemos quem
que vamos levar na memória
aquela história
feliz ou triste não sei
e só saberei
quando ele for embora.
'Carolina Souza

"É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo pra ser feliz.

Mas acontece que eu sou triste..."
(Vinícius de Morais)

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Desconhecidos

"Ouvi dizer, em uma cidade para os lados de Seiláqual , onde uma garota- feia ou bela, não sei, desconheço de suas caracteristicas, um dia se deparou com uma situação nada convencional.
Duas paixões, dois homens. Um diferente do outro, não só na aparência mas como no interior.
Sei que um dos dois se destacava quando o sol batia em seu corpo, onde seus pelos loiros e encantadores brilhavam, e o outro, se mostrava firme na noite, quando as luzes dos carros refletiam em seus olhos fundos e misteriosos."

'Carolina Souza

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Raízes de amor

Logo cedo, em uma sexta-feira, Dona Ana em sua casa ajudava os filhos Alice e Henrique a se arrumarem. Esquentava os pães e o leite, colocava o café na mesa e os levava à escola.
Sempre quando voltava, passava horas com suas orquídeas conversando, desabafando e as aguando pois achava que elas eram um símbolo de amor.
Já Antonio, seu marido, com uma rotina diferente, nem fala bom dia, ia logo trabalhar.
Mais a noite, depois de passar a tarde toda com suas plantas, Dona Ana organizava os preparativos da festa de sua Bodas de Prata e anunciava a todos uma surpresa que gostaria que saísse perfeita.
Os convidados já estavam chegando, os docinhos estavam na mesa e a bebida sendo servida. Antonio sempre ausente, demorava a chegar. Dona Ana e seus filhos preocupados, tentanvam desfarçar a falta do pai fazendo com que Dona Ana voltasse a remoer um acontecimento do passado, o que a fizera sofrer demais durante muito tempo.
Quando Antonio chegou, resolveu nem tomar um banho e recepcionou os convidados do jeito que estava. Conversou com os amigos, riu e bebeu demais.
Depois que os filhos foram na casa da avó, que era vizinha e os convidados foram embora, Dona Ana saturada das gracinhas do marido, se revoltou mas fez com que isso não fosse demonstrado, e quando Antonio subiu para o banho Dona Ana pegou a mesma faca que cortara o bolo e subiu as escadas. Passo a passo, degrau por degrau, e apenas um ódio no coração, a traição de Antonio durante o casamento.
Chegando no quarto, Dona Ana encontrou Antonio dormindo, e o acordou dizendo com voz suave, mas com tom amargo: "Boa noite querido, sonhe com o amor!"
Sem que Antonio pudesse dar seu último suspiro, Dona Ana o golpeou com uma facada no meio do peito e ele não resistiu. Ela deu por seguida mais 17 facadas , uma após a outra fazendo um desenho simbólico de uma orquídea em seu peito.
Enlouquecida, Dona Ana vai até seu orquidário, levando consigo a faca, um papel e uma caneta.
Escreveu uma carta rapidamente, circulou preocupada entre as plantas, resolveu sentar-se sobre a terra e se matou.
Quando os filhos voltaram e se depararam com a situação vendo os corpos ensanguentados , observaram um papel sobre Dona Ana e enquanto liam ligaram para a polícia desesperados.
Os filhos com a carta na mão, leram um trecho em voz alta do que estava escrito: "Saibam meus filhos, que o amor é o sentimento principal da vida. O pai de vocês traíu nossa família. E lhe mostrei o caminho certo. Matei-me aqui, pois eu dediquei todos os anos de minha vida às orquídeas e a esse amor, e por isso o desenho no peito do pai de vocês. Desculpem-me por tudo, e lembrem-se que eu morri entre os amores das raízes".
'Carolina Souza
(Texto feito para trabalho de escola e eu gosto muito dele; coloquei aqui só pra abrir o blog! Beijos)